sábado, 10 de abril de 2010

ADEUS [... ilusão]



ADEUS [… ilusão]!


Tudo em mim é bruto, selvagem,
Semente da serra, vento, paisagem,
Origem da terra onde nasci.
Sonhei na minha serra o teu ser,
Pintei no teu corpo o meu viver,
Desvario, em louca ilusão por ti.

(Tudo na vida tem tempo e modo.
No tempo sonhei o modo da vida,
No modo perdi o tempo de amar.)


Na amargura de um desgosto,
Sinto beijos de chuva no rosto,
No orvalho das saudades de ti.
Bruma a serra este cacimbo,
No náufrago rumo de um nimbo,
Mar de lágrimas, onde te perdi.

(O adeus que eu sabia te iria escrever
)


Carlos Manuel Fernandes Gonçalves

Travessas, 10 de Abril de 2010

13 comentários:

Lídia Borges disse...

Olá Carlos!

Não obstante o tom triste de despedida, tenho de registar o deleite com que li este belíssimo poema, feito de terra e alma.

Um beijo

Vivian disse...

...meu querido poeta,
será que nos é permitido dizer
adeus, despedirmo-nos da ilusão?

posto que a realidade é
contundente, não seria ela,
a amiga ilusão, o porto onde descansamos nossos sentires
mais profundos?

deixo beijos outonais em você.

Graça Pereira disse...

Muitas vezes, há uma desilusão contra nós próprios...( o nosso coração morre jovem...) e é ela que nos enruga a alma impedindo-nos de amar os outros. Dizer adeus a quê? As sombras somos nós que as criamos e, apesar de tudo, há uma luz belissima neste teu poema...
As ilusões são precisas para nos tornar livres e com asas. Mas é na espera (paciente) que as coisas acontecem...ainda que forcemos as horas com aquela urgência que não admite esperas.
Continuo a gostar de te ler.
Beijo
Graça

Anónimo disse...

Tão triste, mas tão bonito!
Bjs meu querido.

_Sentido!... disse...

Levei comigo este poema, não sei dizer adeus!
Beijos

MeuSom disse...

Vim deixar meu abraço e meu beijo e também dizer que teus poemas são de uma beleza de sentimento sublime!

Graça disse...

Escreves com a sensibilidade que te é própria. Espelho do teu sentir.

Já falámos sobre o "adeus"... sabes que não gosto. Mas gostei do poema :).



Beijo doce em ti, querido Carlos.

intervalo disse...

Querido Carlos,bom dia de sol,céu azul e a brisa do Outono,aqui deste lado do oceano.

Adeus...não consigo acertar-me com esta palavra,a vida é um eterno ir e vir.A ilusão muitas vezes ajuda-me a tirar os pés do chão e alivia as tensões do cotidiano num voo agradável,devolvendo o sorriso que apagou nas horas de amargura.Carlos,continua a escrever que tua alma grita,adeus palavra triste,mas tua poesia é linda e profunda.Beijoss com meu carinho.Lia...

VASCODAGAMA disse...

Oi Carlos AMEI

Que lindo; Pintei no teu corpo o meu viver....(é de arrepiar)

Vivi em ti sem sentires,
a louca ilusão de te beijar.
O tempo de amar não tem fim,
bebes no meu mar, e meu corpo
se perde em ti..........

Fiz 1 comentario no m/blog
porque ao abrir, pareceu-me ja não ter blog; desculpe, la falo sobre as datas de obrigação.........

vou voltar

Beijo

Graça Pereira disse...

Passei para te desejar um fim de semana tranquilo mas...com muitas ilusões! São como as papoilas do campo...nunca cansam!
beijo
Graça

intervalo disse...

Carlos,vim só deixar um carinho de saudades,no desejo que tenha uma linda tarde de sol na sua primavera,aqui no meu Outono,sol brilha e o céu azul é uma linda tela que encanta olhos meus,a brisa sopra suave nesta manhã,aliviando calor intenso.Beijoss,querido Carlos.

Vivian disse...

...passeando pelas vielas
solitárias das madrugadas
outonais, eis que cheguei
até aqui para beijar o poeta!

smackssssssssssssssss

Parapeito disse...

...dá para levar o cheiro de terra molhada...aquele cheiro a mato e carqueja...sei que é ilusão...
Brisas mansas para o Carlos