domingo, 23 de outubro de 2011

VIVO A MORRER A VIDA!



Vivo a morrer a vida,
No angustiante medo de viver,
Se tudo na vida é morrer,
Quando o destino é apenas ida.

Afogo-me na manhã calma,
O dia é apenas nevoeiro,
O corpo recusa o soalheiro,
A noite é vendaval da alma.

Nem tu, amor, me soubeste amar,
Amor apenas encontrei no mar,
Nas noites de luar em que te perdi.

Em alucinação de silêncios aflitos,
Clamam na minha alma os gritos,
Nesta perdição de me perder de ti.


Quinta do Anjo, 22 de Outubro de 2011 (15H07)

Carlos Manuel Fernandes Gonçalves

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

VER O MAR [… contigo]!




Hoje quero ir contigo ver o mar!
Ouvir a teu lado a sinfonia da tarde no som das gaivotas,
Quero que me contes se és o oceano do meu desaguar...
As minhas pegadas coladas aos teus passos,
O murmúrio das ondas no bater dos nossos corações,
O nascer do sol na imensidão do teu olhar,
O odor da maresia no perfume do vento,
O deserto da lonjura no perto dos teus lábios,
A minha mão na carícia da tua,
Os meus olhos no reflexo dos teus,
Os meus braços nos teus abraços,
A minha boca na posse dos teus beijos,
Os meus beijos na posse do teu corpo…
A brisa da paixão no desnudar das almas,
O leito dos desejos na areia das dunas,
Os ais dos corpos no arfar da brisa,
A loucura insana na perdição de amar…
Quero que me digas:
Se és o presente do meu verbo amar,
Se és o meu mar!


Quinta do Anjo, 1 de Outubro de 2011 (16H55)

Carlos Manuel Fernandes Gonçalves