Por entre as folhas do Tempo,
Cismo o frívolo da vida.
Sei que nasci a destempo,
Em caminho só com ida.
Não vi germinar os ninhos,
Esperança da natureza.
Calei a poesia dos sonhos,
Cantei o rocio da tristeza.
Tempo de tropeço na vida,
Neste destino feito ida,
É a claridade que mondo.
Sou fantasma, quimera, sombra,
Grito inane que me assombra,
Soluço onde me escondo!
Carlos Manuel Fernandes Gonçalves
Quinta do Anjo, 25 de Setembro de 2010